Recife/Brasil
Denominam-te de criança esperança
Em tuas mãos depositam a confiança,
Para um mundo melhor construíres
No entanto, esquecem de te fazer criança.
Criança que brinca, estuda, se alimenta e sorri
E que nessa esperança ao vil mundo se lança,
Pedem que a ti não se deem esmolas
Que te seja dada cidadania. Qual cidadania?
Porém a própria sociedade torna teu direito utopia
Cada dia mais longe estás, criança, vivendo uma alegoria
Em teus olhos permanece sim, a dura melancolia
De te lançares ao mundo em busca do prometido no dia a dia.
Ver-te dormir embaixo de pontes, viadutos, nas calçadas
Como te negar uma esmola, à espera que te concedam cidadania?
Saciar-te a fome é preciso, necessidade imediata.
Que fizeram dos teus estatutos, criança abandonada?
Ver-te jogada ao léu, acompanhar o descaso aos teus atributos
Oh! Deus Onipotente, Onipresente e Onisciente!
Vela por essas crianças, nas suas vidas faz-te presente
Na atual conjuntura, são pessoas inocentes e carentes.
Nós, como pais que a nossos filhos podemos educar
Comprar-lhes presentes e nesse dia comemorar,
Supliquemos ao Senhor: Velai por nossos filhos
Velai e protegei também aqueles pequeninos.
Jogadas ao relento, crianças violentadas desde cedo
Moral e fisicamente ao tentarem a sobrevivência
Quando na busca por um trocado ou uma bala
Ou mesmo no intento de limpar um pára-brisas.
Sociedade ainda vil e má que mesmo assim
Quer levar vantagem sobre elas,
Deus, continua protegendo nossos filhos
Mas, olhai principalmente por estes pequeninos.
10/10/2004
Publicado em:- 1ª Antologia Literária do Grupo Ecos da Poesia “O FUTURO FEITO PRESENTE, (2005) 27 autores, 4 países, apoio do Jornal Mundo Lusíada e Casa de Portugal em S.Paulo. ISBN 85-9051170-1-2
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