terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

PAIXÃO 

Paixão... 
Sentimento forte tanto para o amor quanto para o ódio. 
Movimento impetuoso da alma tanto para o bem quanto o mal. 
Amor, atração pelo sexo oposto. 
Parcialidade, prevenção pró ou contra alguma coisa. 
Desgosto, mágoa, sofrimento prolongado. 
Tormentos padecidos por Cristo ou pelos mártires. 
Assim, define PAIXÃO, o Dicionário da Língua Portuguesa. 

Ambiguidade? 
Por paixão muitos crimes são cometidos...mata-se e morre-se. 
Com paixão ama-se um ente querido. 
Compaixão, compadecemo-nos da dor alheia...piedade! 
Paixão...diz-se de quem tem desgosto prolongado, mágoa. 
Mas, também alimenta o amor entre seres humanos.
A paixão passa...Mas o amor permanece. 
Paixão é uma faca de dois gumes, portanto, perigosa! 

Impulso? 
Paixão, primeira impacto de seres que se aproximam. 
O tempo a abranda, com o tempo ela se amaina. 
Conduz as pessoas a se entregarem nos braços do amor. 
Fogo que queima, chama que arde, que causa cegueira. 
Fogo que causa a cegueira da alma...sinal amarelo! 
Cuidado! É hora de parar e raciocinar, saber discernir. 
Paro? Avanço? Retroceder já não posso! Que faço eu? 

Maturidade... 
Faz com que ela abrande... Diálogos... Pensamentos! 
Se vou, corro o risco de me machucar. E daí? É a vida. 
São riscos que me trazem experiências, amadureço. 
Mesmo experiências avassaladoras ou até negativas, 
conduzem-me ao crescimento interior, quero crescer.
Se eu fico, eu posso me arrepender de não tê-la vivido. 
A Paixão tomou conta de meu ser, voltar já não posso. 

Amor... 
Aquele sentimento que teve início com avassaladora paixão. 
Vai sendo exercitado, o exercício sempre me aprimorando. 
Se ela é um sentimento com dois extremos 
Ele nos mostra uma direção a seguir. 
Sou racional, logo sei bem fazer a diferenciação. 
Entregar-me a uma paixão...Segui-la sem perecer. 
Seus benefícios merecer, com raciocínio saber escolher. 


sábado, 31 de janeiro de 2015

NASCEMOS E EVOLUÍMOS

Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Nascemos...
Crescemos de dentro para fora
Em estatura o crescimento aflora
Aprendemos que a vida nos faz crescer
E começamos o aprendizado do bom viver.

Crescemos...
Agora nosso crescimento já difere
Aprendemos a nos desenvolver de fora para dentro
Nessa fase introspectamos condutas que se aprende
Continuamos o processo que o viver nos confere.

Amadurecemos...
Ao longo da vida cada aprendizado, um novo ser
As mudanças acontecem, são elas que nos fazem crescer
Apreendemos os processos que nos modificam internamente
Nosso interior receptivo aflora e o que amadureceu reflete externamente.

Envelhecemos...
Ao envelhecer herdamos ao longo do tempo as rugas
Porém, deixamos como herança nossos ensinamentos
Sabermos envelhecer é uma arte, com a vida faz o contraste
Ao partirmos para a eternidade, na terra deixaremos nossa arte.

Recife, 05.02.2005

Publicado:
- II Antologia do Portal CEN- CÁ ESTAMOS NÓS, lançada em 09/06/2006 no Rio de Janeiro. Editora ALL PRINT/SP - ISBN 85-7718-020-4.

EM BUSCA DE MIM

Mercedes Pordeus 
Recife / PE 




Percorri labirintos, viajei por entranhas.
Busquei incessantemente o meu âmago
Nessa busca eu me perdi por caminhos
Perseguidos pela ânsia da minha procura.

Foi aí que adentrei num mar de sonhos
Divagando entre nuances de verdes águas
Em cada gotícula de vivência deixei as mágoas
Então eu me permiti viver a realidade sonhada.

Com a minha consciência me encontrei
Sou alguém que ama na ânsia de acertar
Na busca do acerto sou suscetível a errar
São os erros e acertos que me fazem pensar.

Nesse momento de introspecção que percebi
Havia no meu interior longas distâncias que atingi
Para enfim, perceber que eu sempre estive aqui.
Sim, aqui mesmo perto de mim, isso eu descobri.

Nas ondas do grande mar no qual mergulhei
Nas suas águas, ao sol, cintilantes deambulei.
Eu me senti tão leve! Com a sua magia despertei
Foi sentindo essa força que eu me encontrei.
Mercedes Pordeus Recife / PE Do outro lado do espelho Em frente ao espelho, refletindo minha imagem, tive a percepção daquela superfície plana. Fazia-me refletir sobre o curso de minha vida, pois, ali naquele momento surgia uma incógnita: Materializava-se minha vivência como flash. Ação! Iniciava um filme e com ele o meu retorno à infância. Saudosa infância! Eu estava na máquina do tempo e queria voltar àquela casa junto aos meus pais, meus sete irmãos e minha avó... E então atravessei o espelho. De repente, senti-me Alice no País das Maravilhas, como se transportada pela leveza dos sonhos. À minha mente vieram as imagens da infância aurora da vida que o tempo já não traz! Nossa caminhada diária, crescendo em união, nosso pai a trabalhar, e nossa mãe na lida do cotidiano. Galguei mais um degrau e cheguei ao colégio, à igreja, minha primeira professora, das mãos da qual eu fugia e era uma fuga diária, eu corria com tamanha rapidez que antes de minha mãe eu sempre chegava a casa, tirando-lhe dos seus afazeres sem querer eu estava. E os Natais? As festas juninas... Quantas saudades! Porém, naquele momento eu me sentia muito feliz, afinal, atravessei o espelho, e estava do outro lado. Dava asas aos meus devaneios e o sonho embalava. Revivi as brincadeiras da época, o colégio de freiras. A certa altura, já não podia continuar a minha viagem, tinha que voltar, não podia prosseguir como a Alice. Daquela terra distante retornei, pois tinha mesmo que voltar! Atravessei de novo o espelho retornando à realidade. Mas, sonhar alivia a alma, as ausências, a ansiedade. O retorno não me privou de render o meu tributo àqueles aos quais amei e partiram, porém, sempre os amarei e aos que comigo continuam, mas se enquadram naquele quadro do passado que jamais esquecerei. Novos amores eu conquistei e sou feliz com os que amo. Novamente, em frente ao espelho. - Perguntei-lhe: - Você se permitiu ser atravessado? - Foi realidade ou foi um sonho? E ele sem pensar duas vezes: - E mesmo que tenha sido um sonho, que mal há? - Você se permitiu essa liberdade... É o que importa. Permaneceu na minha mente uma incógnita para a qual não encontrei a resposta. Mas para que respostas se eu fui feliz? Na minha linda viagem ao meu passado eu fui criança... Senti-me criança de novo!

SAUDADES DO MEU PAI

 

SAUDADES DE MEU PAI

Mercedes Pordeus

Pai...você se foi
Numa data em que se comemorava dia do mestre
Como se mais nada houvesse a ensinar aos seus oito alunos
Na verdade, pai a vida é um aprendizado constante.
E ainda tínhamos muito a aprender com você.
 
Pai...acredite
Você tinha ainda muito a nos ensinar, ainda queríamos aprender
Quando crianças, seu ar austero, próprio de todo pai, seu contemporâneo
Sabedoria de quem não queria que seus amados filhos incoressem nos mesmos erros
Era seu cuidado para que nenhum de nós viesse a sofrer as mesmas dores.
 
Pai...naquela época
Sua sabedoria era adquirida pelas experiências vividas e que de modo nenhum
Queria que aprendéssemos quebrando nossas cabeças, como se deu com você
Estranho, pai, nem sempre os filhos compreendem naquele momento seu receio
Mas, a verdade , assim mesmo eles introspectam seus ensinamentos.
 
Pai...sabe
Com o passar do tempo, a gente aprende e quando o vê fragilizado
Já não mais aquele que dita normas, mas que coloca em nossas mãos as decisões
Dói, sabe pai, dói sentir sua fragilidade. Que foi feito daquela austeridade?
Saudade, daquele que pré- estabelecia seus preceitos e exigia obediência incondicional.

Pai...tudo isso era amor,
Pelas sementes que plantou na terra, que podiam sofrer, esse era seu temor
Felizmente, naquela época, a tendência dos filhos era a obediência
E assim, você foi plantando seu amor, amor, à sua maneira
Sementes das quais tão bem soube cuidar, cuidado que lhe era peculiar.
 
Pai...você se foi
Sabe, ao pegar suas mãos apertando as minhas, beijar sua testa, acariciá-la
Ver o quanto a doença o tornou frágil, seu amor incondicional pelo Dani
Queria tanto que o tempo retornasse ...mas a verdade é que você se foi
Para junto do PAI, e tudo que posso dizer agora é...
 
Até um dia pai...até um dia mãe.
Que Deus esteja lhes protegendo.
Com todo meu amor.

16/10/2004