sábado, 19 de setembro de 2009

VISÃO DO FUTURO

Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Quis projetar o meu olhar para que me desse uma visão do futuro
Busquei nessa visão, contemplar um mundo que fosse mais puro.
E nesse momento visionário alcei a um vôo interplanetário,
Como numa ânsia, naquele desejo de alcançar o mundo imaginário,
Tentei ver no presente um futuro que fosse mais solidário,

Quis ardentemente, que naquela projeção nada fosse obscuro.
Tentei mentalizar as crianças de hoje sendo os homens do amanhã,
Como seriam as crianças fruto de um lar pleno de amor e sem fome?
E como se portariam aquelas crianças de rua vivendo o terror?
Procurei uma resposta para cada situação, buscando no afã.

Uma delas imediatamente encontrei : o amor eleva o valor.
Os valores da família e sociedade...E as carentes? Qual semente?
Para a situação do pequeno marginalizado...Ficou uma incógnita.
Que participação terá na sociedade, num mundo sem oportunidades?
Tudo que conheceu desde o nascimento foi a marginalização.

A desconfiança e o medo por parte do irmão que com a proximidade.
Demonstrou temor, pavor do alienado pela injusta sociedade.
Isso, se não fez um o mal maior: da sua inocência a violação.
Depois busquei ainda, antever o meio ambiente que as acolherá.
Qual seria o habitat, o meio de atuação desses seres no futuro?

Tristemente veio à minha mente a devastação do meio ambiente.
As florestas, os rios, o ar, as matas, tudo de Deus um presente.
O ser humano contemporâneo já os destrói em massa, atualmente.
Como encontrarão as crianças e jovens seu habitat futuramente?
Qual a qualidade de vida dos que estariam inseridos no futuro contexto?

Se para cuidarem dessa riqueza, os homens tudo destroem, sob pretexto,
Da modernidade, em nome da qual violaram o bem, o legado,
Que transmitirão para futuras gerações...Seus próprios filhos.
Se o homem atual não tem a coragem de neles pensar e no seu amanhã
Preferira, nunca ter tentado fazer a minha projeção da visão do futuro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ATLÂNTICO
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Separas os países, os continentes,
Beijas livremente margens a fora,
Águas límpidas, belos contrastes
E que segredos, meu maroto Atlântico.

De um belíssimo fascínio, és possuidor
Em separando, unes também os povos,
Fisicamente os separas e une-os em espírito
Grande a capacidade de unificar seus destinos.

Contemplando o horizonte eu vejo
Das tuas águas o faceiro balanço
Tão tranqüilo, que nem te apercebes
Quão tamanha é a tua importância.

És o segundo do mundo em superfície
Nem se quer te importas, tua simplicidade
Só queres mesmo unir os povos, as nações
Transformar os povos irmãos em destino.

O ventos alísios, sopram indo e vindo
Provocando em ti as correntes marinhas
Gerando, então, as correntes circulares
Eis meu querido Grande Mar, a tua primazia.

Há séculos são constantes as buscas
Da travessia, quer por água ou pelo ar
Desde as caravelas vindas de Portugal
Conquistado pelo ar, argonautas ousados.

Vindos também do irmão Portugal
O Gago Coutinho e Sacadura Cabral
Primeira travessia do Atlântico Sul
Decolaram do Tejo, pilotos intrépidos.

Assim foste escrevendo tua história
O transatlântico de luxo, Graf Zeppelin
Partia da Alemanha para o BrasilAí,
Recife tem a sua importância.

Ainda conserva a Torre do Jiquiá
Hoje a única que no mundo restou
E que com seus dezenove metros
Abastecia o grande “peixe prateado”

E continuas a mover-te em teu leito
Leito onde descansas ora sim, ora não
Oceanos Atlântico Sul e Atlântico Norte
Desenhando assim, uma linda ponte.

Embalas tuas águas como querendo
A alguém encantar, esse é teu desejo
Atlântico Sul, oh! meu Atlântico Sul
Preservas nas águas a condição azul.

Margens do Atlântico, Antologia Poetica Internacional (2006)ISBN – 85-905170-6-3

DIVAGAÇÕES


Mercedes Pordeus
Recife/Brasil

Contemplei o céu...
Divaguei nas nuvens
Acompanhei a lua e as estrelas
E me encontrei pisando em terra firme

Contemplei o oceano...
Mais uma vez divaguei, no horizonte
E me vi flutuando sobre intrépidas ondas
Outra vez me encontro na realidade...terra firme

Contemplei o sol...
Seus belos raios brilhantes e dourados
Invadiram minha privacidade, astro real
Que me ofereceu sua força e luz como legado.

Contemplei natureza...
Percorri com o olhar o belo arvoredo
Os beija-flores visitando a minha varanda
Num leve bailar, pensei serem brinquedos.

Contemplei o céu...
Outra vez divaguei e me senti um anjo
Deslizando através das nuvens, qual tapete de algodão
Encontrei Deus, e me disse: sossega, és a minha criação.

DIA MUNDIAL DA ÁGUAS

Dia Mundial das Águas

“E disse Deus: haja uma expansão no meio das águas e haja separação entre águas e águas.E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão das águas e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi.E chamou Deus à expansão céus e foi a tarde, a manhã do dia segundo.”Gênesis 1:6 a 8.

O DIA MUNDIAL DAS ÁGUAS
Mercêdes Pordeus

Á gua, riqueza mineral ao mundo tão indispensável
G anhou no ano um dia especial para conscientização
U ma prevenção, para a vida não se tornar insustentável,
A ssim, nesse dia, que dos outros será uma sucessão.

A o homem mostra o mal que tem feito a si próprio
G uia a continuidade do futuro de geração em geração
U m momento de reflexão, homem! Preste atenção às súplicas
A os quatro cantos da terra levadas como motivo de comoção.

Á gua límpida, cristalina e pura de Deus o homem recebeu
G arantia de uma vida saudável, Ele ao homem concedeu
U ma dádiva, como toda a criação que na natureza existe
A o homem presenteou e disse: Filho, a ti preservar consiste.

A o longo do tempo, o homem foi poluindo toda a natureza
G eralmente, pela incapacidade de ver-se auto destruindo
U nicamente por não ter uma visão refletida no futuro
A mortandade das espécies, o rio e o mar já não são puros.

R ecife, cidade das águas e considerada a Veneza Brasileira
E ntrecortado por rios, sob as pontes tão rara beleza
C ontudo, não foge a regra do descaso pelo ser humano
I nconstante, pobre homem! E ainda se julga soberano
F ocado como um pedacinho do Brasil e do mundo... Recife
E tão linda, mesmo assim, a tristeza traz nela contida !

NO DIA EM QUE O SONHO ACABOU

Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Diploma MENÇÃO ESPECIAL
XVII Concurso Nacional de Poesia - " WERNER HORN "ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PARANAPUÃ (ALAP)
Período de Março a Outubro/2006

O mundo amanhece em festa
A humanidade feliz desperta
O sol penetra em cada fresta
De toda a janela entreaberta.

O trabalhador esperando um salário digno
O idoso sequioso de amor e carinho
A criança ansiosa sem perder a esperança
O ser humano buscando o seu caminho.

Na rua, quem saiu de casa esperançoso.
De voltar ao seio da família amoroso
Parou! Sofreu agressão e então choroso
Que dizer a mulher e filhos? Silencioso!

Quem sonhou andar livre pelas ruas
Dos seus mais lindos sonhos acordou
Sonhos se tornando grandes pesadelos
Pesadelos, para quem os acalentou.

O idoso saiu à rua e acordou!
O trabalhador saiu à rua e acordou!
A criança saiu à rua e acordou!
Da família o sonho desmoronou!

Sonho que se sonhou só
Não houve amor, virou pó!
Pesadelo na garganta deu nó
A palavra deu lugar ao silêncio...Só!

A noite chegou tão triste!
A humanidade não existe
De penetrar as frestas o sol desiste
A janela, em ficar fechada insiste.

20/09/2006

AS DORES DA ESCRAVIDÃO




As Dores da Escravidão
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

- Diploma e Menção Honrosa em Poesia, concedido pela APALA - Academia Pan-Americana de Letras e Artes - IX Concurso de Poesia Falada - Tema Ecos da Noite * Medalha Castro Alves (26/04/2006)

Eles vieram de tão longe, traziam consigo o medo,
As incertezas eram suas companheiras desde cedo.
Traziam o sofrimento antecipado dos seus receios
E as dores dos açoites, que já sentiam nos navios.

Mal chegavam, já eram analisados como animais,
Vendidos como meras mercadorias, artigos banais.
Trabalhavam duro e sofriam o peso da escravidão,
A cada chicotada e a cada açoite, a dor da solidão.

A cada ano as esperanças da liberdade se dissipavam,
Os seus filhos nasciam e naquele regime continuavam.
Enquanto os mais velhos as dores do flagelo sofriam,
Os ecos da noite nos traziam os sons dos que gemiam.

Ao longe era refletida desses ecos a repercussão
E o reflexo do som trazia a forte dor da servidão.
Pelo negro, no nosso país, através da escravidão
De terras longínquas a saudade do seu natal torrão.

Mais navios negreiros que aportavam e a história se repetia
Movimentos no Brasil a escravidão, aos poucos, se extinguia.
Castro Alves o poeta abolicionista que os seus ideais escrevia,
Vozes da África, Navio Negreiro, Os Escravos, primeira poesia.

O poeta abolicionista marcou época com sua primeira poesia
Mais um nordestino que com força e garra, nascido na Bahia,
Seus estudos de Direito na Faculdade de Recife realizaria
E o seu grande apogeu no Rio de Janeiro, ele consolidaria.

Vinte anos se passaram após a morte do grande Poeta
Para se realizar seu almejado sonho, seu grito de alerta,
Decretada extinta a escravidão e o grande Brasil desperta
Na Lei Áurea está implícita a nobreza da alma do poeta.

26.12.2005