quarta-feira, 9 de abril de 2008

APRENDIZADO AO LONGO DA VIDA

APRENDIZADO AO LONGO DA VIDA
Mercedes Pordeus
Recife/PE

Ah! Das rosas e cravos que perdi na vida...
Seus perfumes permaneceram em mim
Permaneceram para lembrar entristecida
Dos que foram e a essência não tem fim
Pois foram eles quem amei,mas partiram
Deixando o tempo, fluir a dor da partida.

Ah! Das lágrimas que derramei na vida...
Essas, cristalizaram-se em minha face
As dores, fazem lembrar os desenlaces
Que o tempo minimizou, mas não apagou
Tornaram-se cristais que o tempo renovou
Que cintilam a cada nascer de um novo dia.

Ah! Das experiências que adquiri na vida...
Muita coisa eu aprendi, aprendizagem dolorida!
Quis parar no meio da estrada, sem guarida
Mas a vida não para, e isso também eu aprendi
Tive que continuar vivendo, pois percebi
O mundo muda e a vida tem que ser vivida.

Assim, aprendi a conviver com minhas dores
Aceitar as ausências físicas como belas flores
Que a cada dia desabrocham e murcham
Mas, nem por isso das existências apagaram
As lembranças e o compartilhar dos amores. 
Ah! Suas presenças em mim se eternizaram. 

QUANDO A DISTÂNCIA NÃO NOS SEPARA

QUANDO A DISTÂNCIA NÃO NOS SEPARA
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

A distância não constitui obstáculo...
Quando nossos pensamentos estão sintonizados
E estejamos onde estivermos, sempre irmanados
Estando em nosso coração, o ente querido locado.

A distância não nos separa...
Mesmo se a quem amamos para a eternidade foi chamado
Guardamos as belas lembranças, e delas sempre o legado
Na esperança de que permanecerão sempre ao nosso lado.

A distância nos separa...
Quando mesmo perto, não conseguimos viver em sintonia
É quando dizemos : que perto dos olhos longe do coração
Se convivendo juntos vivemos numa constante contradição.

Se a distância nos separa ou aproxima...
Vai depender se vivemos em paz e perfeita harmonia.
Ao lado do nosso semelhante, e se em sua companhia
Conseguirmos interagir a cada dia em perfeita sintonia.

Em 21 ago 2005

QUANDO ELE VOLTAR

QUANDO ELE VOLTAR
Mercêdes Pordeus

Recife/Brasil

Quando Ele aqui voltar, certamente nos dirá:
Vinde filhos meus, já vos preparei o lindo lar.
Assim como vos prometi, quando ao Pai subi.
Quando cumpri a vontade do PAI ao resgatar,
a criatura que na terra colocou para dela cuidar.
Certamente, prestação de contas vamos dar.

Desde a natureza que nos colocou nas mãos
Até o cuidado e carinho com nossos irmãos.
Assim ensinou com a Parábola do Semeador.
Preparemos pois, o solo do nosso coração,
a fim de receber a semente que plantamos.
E multiplicar os talentos que dele recebemos.

Que saibamos proceder para ocupar a morada,
que Ele foi preparar no Reino dos Céus
para nos receber assim como nos prometeu.
Louvemos ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
O que era, que é, e que há de vir...Amém!

Em 14.09.2005

Visite esta linda ciranda:
http://ecosdapoesia.net/crestomatia/ele_jesus_ciranda.html

terça-feira, 1 de abril de 2008

POETA EM ECOS

POETA EM ECOS
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Poeta, tu que primas pelos sentimentos
Expressa-os, libera-os nesse momento
Fazei com que ecoem aos quatro cantos
Tal qual uma rosa dos ventos, teu encanto.

Para o norte, teu brado forte
Liberto como uma borboleta
E do beija-flor a mesma leveza
Conservando teu belo porte.

Libera-o também para o sul
Preservando teu sonho azul
Como as primícias desse sonho
Que te fazem embalar risonho.

Para o leste, emana o que te reveste
Como se fosse um corpo celeste
Reluzindo nesse indo e vindo
A inspiração que no além resplandece.

Ao oeste, ah! poeta grita alto não segreda
Para que o sequioso restaure a esperança
De que na tua poesia, se embale a bonança
De ver se dissipar da sua vida a vereda.

Depois de aos quatro cantos cantar
Na colateralidade, tua mensagem
Há de ensinar o sentido do verbo amar
Para quem em ti acredita, no Ecos venha poetar.

30/08/2004

Publicado em:- 1ª Antologia Literária do Grupo Ecos da Poesia “O FUTURO FEITO PRESENTE, (2005)- ISBN 85-9051170-1-2

BRASILEIRA SOU

BRASILEIRA SOU
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Brasileira sou, mas trago no sangue
Herança de um bravio povo português
Desbravador, com força de colonizador
Descobridor , sem temor nem torpor
Em comum, somos também Pátrias abençoadas
Que na sua História salvaguarda a esperança Pátria de heróis?
Também, pelo sonho de liberdade Embalado no berço da austeridade
E vivendo a realidade, ainda que sonhadores
Assim fomos, assim somos nações abençoadas
Povos lusos-brasileiros, povos irmãos, vidas entrelaçadas.

30/09/04
Publicado em:- 1ª Antologia Literária do Grupo Ecos da Poesia “O FUTURO FEITO PRESENTE, (2005), ISBN 85-9051170-1-2

Se houvesse amanhã

Se houvesse amanhã...
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Se houvesse amanhã certamente eu te amaria
Se houvesse amanhã tu também me amarias
Se houvesse amanhã queria tanto ser igual a ti
Ser herdeiro do teu caráter e de tua conduta
Para dar continuidade e transmitir teu legado.

Estou tão temeroso, sinto teus planos para mim.
Tenho medo, mas muito medo dos teus desejos.
Se tu não me querias, por que então me geraste?
Serás capaz de conviver com peso na consciência?
Deverias ter pensado nisso era antes de gerar-me.

Deus me pôs aqui dentro, como o milagre da vida
E vocês com irresponsabilidade tramam contra mim
Terão mesmo coragem desse ato cruel, e irracional?
Sabem? Eu já tenho até um coraçãozinho a pulsar
Dêem-me a chance de lhes chamar: PAPAI! MAMÃE!

Onde estás meu pai, por que concordas com isso?
Ah! Tinha me esquecido, como é cômodo para ti
Não ter obrigações para comigo e teres liberdade
Fui fecundado através de vocês, seriam meus pais.
Agora, vocês próprios vão me mandar para o PAI!

Que pena! Não houve amanhã...Somente o hoje!
Eu poderia ter crescido aprendendo e vos amando
Ter aprendido sobre todos mandamentos de Deus
Honrando-os por toda a vida, no final cuidando de vocês.
Que pena! Não houve amanhã...

Pacaraima/RR/Brasil
17/03/2007

Quando eu me chamar saudade...

Quando eu me chamar saudade...
Mercêdes Pordeus
Recife/PE

Quando eu me chamar saudade.
Não chorem por mim, a vida tem continuidade.
Pensem em mim com a nossa vivida felicidade.
Dos tempos vividos sempre com cumplicidade.

Quando eu me chamar saudade... Meu filho!
Lembre da nossa felicidade, como um brilho.
Brilho que tivemos e teremos em nossas vidas.
Não chore, querido, mas nossa lembrança viva.

Quando eu me chamar saudade... Meu amor!
Não quero que minha ausência lhe cause pranto ou dor.
Não quero que chore, fazendo da vida grande dissabor.
Quero que apenas relembre nossa vida com muito amor.

Quando eu me chamar saudade...Meus irmãos!
Quero que recordem as vidas partilhadas com a união.
Que dos nossos pais conosco, da alegria tenham visão.
Que estejamos sempre sintonizados em seus corações.

Quando eu me chamar saudade...Meus amigos!
Lembrem de como convivemos desde tempos antigos.
Esquecendo a tristeza, é natural, não tenham consigo.
Lembrando que a partilha da amizade foi nosso abrigo.

Quando eu me chamar saudade...
O que aconteceu meus queridos? O que houve?
Ah! Já sei, essas lágrimas?
É que esqueci, que os nossos que se foram...
Agora, chamam-se SAUDADE!

02julho2005

ENQUANTO A CIDADE DORMIA

ENQUANTO A CIDADE DORMIA
Mercedes Pordeus


Enquanto a cidade dormia...
Alhures algo sempre acontecia
Era natural...a vida corria
O tempo não pára, se distancia.

Enquanto a cidade dormia...
Em cada quarto um sonho, um desenlace
Porém, e lá fora? Muita coisa acontecia
Ações más, ações boas, outras se reverenciavam.

Enquanto a cidade dormia...
Lá fora, uns as leis tragrediam
Burlando assim a cidadania
E então a maldade prevalecia.

Enquanto a cidade dormia...
Outros, dos irmãos se compadeciam
Aos seus encontros, iam levando o sopão
Onde necessitados já esperavam o pão

Enquanto cidade dormia...
Alguns do seu tempo desprendiam
Para ouvir o irmão que sofria
Uma palavra de amor lhe proferiam.

Enquanto a cidade dormia...
Em cada canto uma saudade, uma alegria
A tristeza dos que ficaram para trás, alguém sofria
Uma partida, um amor platônico, se despedia

Enquanto a cidade dormia...
Lá fora muita coisa acontecia
Uns praticavam o mal, outros o bem
As horas corriam...
e outro dia amanhecia.

Em 20/01/05

Publicado em: - TERRA LATINA, Antologia Internacional - ISBN 85-905170-2-0. Lançada em Sâo Paulo, na Casa de Portugal em 30 de julho de 2005.

Classificada na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita, Categoria CONSAGRAÇÃO, no segundo semestre de 2005 - Clube Amigos das Letras, publicada na Antologia ALÉM DAS LETRAS, lançamento em 21/04/06.