terça-feira, 26 de junho de 2007

TRISTEZA


TRISTEZA
Mercêdes Pordeus

Tristeza, por que insites com tanta firmeza,
Cantarolando, zombando assim da fraqueza.
Dos que distante sofrem a dor da saudade
Dos que só partem porque têm necessidade.

De perto dos entes queridos e suas cidades.
Tristeza sabe és uma faca de dois gumes.
Que com o sofrimento ensina-nos a crescer
E é dessa forma que nos fazes reconhecer

Impele-nos então a uma mudança interior
Fornecendo um aprendizado de grande valor.
Quando a tristeza dá lugar à uma alegria
Quando dela reconhecemos o aprendizado

Aí ela deixa de ser simplesmente um fardo
A tristeza ensina-nos a valorizar o que temos
E também aquilo, que infelizmente perdemos.
Tristeza, pressão, depressão no mundo sofremos.

Ensina sempre a amarmos com nosso sofrimento
A ti, Senhor, protegei-os esta é minha súplica!
Ensina-me nas circunstâncias a te agradecer
Não deixeis Pai, nunca de nelas nos proteger.

Santa Elena de Uairén/ Venezuela
Em 19.02.2007

MEUS LIMITES


MEUS LIMITES
Mercêdes Pordeus
Recife/PE

Ultrapassei as fronteiras físicas
Transpus meus limites emocionais
Descobri a saudade além do físico
Deixando para trás terras nacionais.

Transpus meus limites emocionais
Sem pretender ver diferenças sociais
Em frente fui pisando o solo guiano
E só a saudade me acompanhando.

Descobri a saudade além do físico
Aos poucos no coração se alojando
E os meus pés naquela terra pisando
As características locais visualizando.

Deixando para trás terras nacionais
Ampliava conhecimentos interpessoais
Adaptando-me as diferenças ambientais
Foi assim que vivi as experiências locais.

Lethem/Guiana Inglesa
Em 18/02/2007


Lethem é a maior cidade do sul da Guiana, capital do estado de Upper Takutu-Upper Essequibo. Região de extrativismo mineral e vegetal. Sua população é estimada em cerca de 2.600 pessoas (2002). Um rodeio anual no fim de semana de páscoa é o principal acontecimento da localidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lethem

domingo, 24 de junho de 2007

OLHANDO PARA DEUS


OLHANDO PARA DEUS
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Olhando para Deus perguntei: Deus, por quê no mundo tanta maldade?
Olhando para Deus perguntei: Deus, por quê permites tanta saudade?
Olhando para Deus perguntei: Deus, por quê perdemos a quem amamos?
Olhando para Deus perguntei: Deus, por quê tantas guerras pelo vil?
Olhando para Deus perguntei : Deus, por quê tantas atrocidades entre irmãos?

Olhando para mim, Deus respondeu : Filha, criei o mundo e nele coloquei o homem para ser meu mordomo na terra, a ele confiei a guarda da natureza. Mas o homem preferiu o mundo do pecado, começando pela desobediência e por matar seu próprio irmão.
Filha, não te atormentes, não se turbe o teu coração nem te atemorizes, a maldade sempre existirá, pois, ao homem , minha criatura, dei o livre arbítrio e ele preferiu a maldade, as guerras a mortandade. Mas, guarda teu coração de todo o mal e não te preocupes pelos que para junto de mim partiram. Eles estarão bem guardados. E eu perguntei : mas Deus e um dia nós nos enconteremos, verei minha avó, minhas mães e meu pai?
E Deus me disse: filha deixa os mistérios dos céus aos cuidados de teu PAI, cuida de viver na terra fazendo o bem a amando teus irmãos assim como eu te amo.
Mas, Deus, e eu ficarei ainda sem saber até quando a saudade vai me acompanhar?
Deus pôs sua mão por sobre minha cabeça e disse: FICA EM PAZ FILHA!

Em 07/11/04

NUDEZ DA ALMA




NUDEZ DA ALMA
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Hoje eu quis me desnudar,
Não uma nudez corpórea,
Mas a nudez da alma
Dos sentimentos a libertar.

Quis me libertar dos preceitos
E de todos os preconceitos,
Das ilusões e sonhos desfeitos,
Tornar a minha vida perfeita.

Eu me vi diante de uma fonte
Vestida de branco, nos movimentos, leveza,
Soltando os cabelos e nela submergindo
Despi-me e me banhei suavemente.

Banhei-me naquela água límpida e transparente,
Naquela transparência deixei meus lamentos,
Revivi meus sonhos, os mais lindos sonhos
Liberei afinal todos os meus tormentos.

E foi nesse contexto que deixei os dissabores,
Criei meu quadro, realidade dos sonhos,
E foi emergindo daquela fonte ladeada de flores
Que compreendi da vida os amores.

Neste ato de imersão e emersão
Compreendi, ser hoje o amor presente
Desprovido, despojando-me das ilusões
Dei-me mais uma chance, neste amor presente.

Vivendo este amor sem conceitos pré-estabelecidos
Fluindo naturalmente o sonho da felicidade
Essa sim, hoje é minha doce realidade
Por Deus, realização dos sonhos concebidos
2004
Publicado em:
OFICINA POESIA 20 ANOS, da Oficina Editores, Rio de Janeiro, Brasil (2005) ISBN 859828520-X.

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO ATLÂNTICO
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil


Separas os países, os continentes,
Beijas livremente margens a fora,
Águas límpidas, belos contrastes
E que segredos, meu maroto Atlântico!

De um belíssimo fascínio, és possuidor
Em separando, unes também os povos,
Fisicamente os separas e une-os em espírito
Grande a capacidade de unificar seus destinos.

Contemplando o horizonte eu vejo
Das tuas águas o faceiro balanço
Tão tranqüilo, que nem te apercebes
Quão tamanha é a tua importância.

És o segundo do mundo em superfície
Nem se quer te importas, tua simplicidade!
Só queres mesmo unir os povos, as nações!
Transformar os povos irmãos em destino.

Os ventos alísios sopram indo e vindo
Provocando em ti as correntes marinhas
Gerando, então, as correntes circulares.
Eis meu querido Grande Mar, a tua primazia.

Há séculos são constantes as buscas
Da travessia, quer por água ou pelo ar
Desde as caravelas vindas de Portugal
Conquistado pelo ar, argonautas ousados.

Vindos também do irmão Portugal
O Gago Coutinho e Sacadura Cabral
Primeira travessia do Atlântico Sul
Decolaram do Tejo, pilotos intrépidos.

Assim foste escrevendo tua história
O transatlântico de luxo, Graf Zepelim
Partia da Alemanha para o Brasil
Aí, Recife tem a sua importância.

Ainda conserva a Torre do Jiquiá
Hoje a única que no mundo restou
E que com seus dezenove metros
Abastecia o grande “peixe prateado”

E continuas a mover-te em teu leito
Leito onde descansas ora sim, ora não...
Oceanos Atlântico Sul e Atlântico Norte
Desenhando assim, uma linda ponte.

Embalas tuas águas como querendo
A alguém encantar, esse é teu desejo.
Atlântico Sul, oh! Meu Atlântico Sul
Preservas nas águas a condição azul.

abr/2006


http://ecosdapoesia.net/agoraeparasempre/mercedes/oceano_atlantico.htm

VIVE MANUEL BANDEIRA

VIVE MANUEL BANDEIRA
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Nasceu um menino na antiga Rua da Ventura
Hoje Joaquim Nabuco, da cidade hospitaleira
Recife, foi berço que embalou Manuel Bandeira
Rua da Aurora e Rua da União, cidade lampeira
Por ali, menino passeou, e fez suas brincadeiras.

Crescia o menino em Petrópolis, Rio de Janeiro
Mas não resiste e volta para seu Pernambuco
Manuel Bandeira estuda na Rua da Soledade
No então, Colégio das Irmãs Barros Barreto
E como semi interno, noutro na Rua da Matriz.

Bandeira com a família vai para São Paulo
Estuda, agora na Escola Politécnica, de dia
E á noite o poeta estuda no Liceu de Artes
Desenho e pintura, mas começa a trabalhar
Funcionário da Estrada de Ferro de Sorocaba.

Está tuberculoso, volta nosso poeta para o Rio
Depois vai à Europa, para fazer o tratamento
Retornou ao Rio, já iniciava a primeira guerra
Em seguida, publicou Bandeira o primeiro livro
Pelo mesmo custeado : A CINZA DAS HORAS.

E, no ano de mil novecentos e sessenta e oito
Aos treze de outubro, vai embora prá Pasárgada
Onde será amigo do rei, terá a mulher que quer
E a cama que escolherá, nosso poeta será feliz!
Grande Manuel Bandeira, lutou contra a doença.

E com ela, ele escreveu...escreveu...escreveu!
Enalteceu sua cidade natal, a Veneza Brasileira
Evocou o Recife, assim como ele era... o Recife!
Como era antigamente, toda criança a brincar
Porém, na sua querida cidade, viu seu avô morrer.

Recife, que preserva a memória de Bandeira
No Espaço Pasárgada, na sua Rua da Aurora.
Bandeira, que lá está e estará sempre presente
Mesmo aos cento e vinte anos depois, está lá...
O Poeta não morreu...nessa data ele nasceu.

19.04.2006

120 anos do nascimento do poeta

http://www.cultura.pe.gov.br/patrimonio1_pasargada.html

Foto da escultura de Manuel Bandeira, situada na Rua da Aurora em Recife/PE/Brasil, integrante do Circuito da Poesia do Recife.

AMOR ENTRE AS MARGENS DO ATLÂNTICO


AMOR ENTRE AS MARGENS DO ATLÂNTICO
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Separando a Europa e a África, das Américas
O Oceano Atlântico assume a forma de “S’”
A princípio, talvez para significar a SAUDADE
Uma saudade sentida, ainda que no plano virtual
Promoveu um encontro de dois seres em espírito.

Navegando por suas águas, éramos dois navios
Na busca transoceânica de interligar dois povos
Povos que aos poucos se tornariam mais que irmãos
A travessia do Atlântico, já lhes era imprescindível
Ultrapassar a distância era resultado dessa intenção.

No intento da força do amor, buscavam a união
No horizonte, tanto da margem esquerda como direita
Havia a sintonia e o desejo recíproco do encontro
E nas águas serenas vistas num belo contraste
A mistura das cores formando as lindas nuances.

Juntos, vencemos a dor da espera e da saudade
Como a confirmação de um carinho muito especial
E de um amor já tantas vezes por nós declarado
Hoje ainda contemplamos as águas do grande mar
Com harmonia daquelas águas que nos separavam.

Certeza...estivéssemos às margens do Atlântico
Oceanos Pacifico, Indico, Glacial Ártico ou Antártico
O nosso encontro ultramar seria coroado com amor
Independente do local onde nos encontrássemos
Nós seríamos e somos : dois povos e só destino.

Caruaru(PE) Brasil, 04.12.2005

NO DIA EM QUE O SONHO ACABOU


NO DIA EM QUE O SONHO ACABOU
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

O mundo amanhece em festa
A humanidade feliz desperta
O sol penetra em cada fresta
De toda a janela entreaberta.

O trabalhador esperando um salário digno
O idoso sequioso de amor e carinho
A criança ansiosa sem perder a esperança
O ser humano buscando o seu caminho.

Na rua, quem saiu de casa esperançoso.
De voltar ao seio da família amoroso
Parou! Sofreu agressão e então choroso
Que dizer a mulher e filhos? Silencioso!

Quem sonhou andar livre pelas ruas
Dos seus mais lindos sonhos acordou
Sonhos se tornando grandes pesadelos
Pesadelos, para quem os acalentou.

O idoso saiu à rua e acordou!
O trabalhador saiu à rua e acordou!
A criança saiu à rua e acordou!
Da família o sonho desmoronou!

Sonho que se sonhou só
Não houve amor, virou pó!
Pesadelo na garganta deu nó
A palavra deu lugar ao silêncio...Só!

A noite chegou tão triste!
A humanidade não existe
De penetrar as frestas o sol desiste
A janela, em ficar fechada insiste.

20/09/2006
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

O mundo amanhece em festa
A humanidade feliz desperta
O sol penetra em cada fresta
De toda a janela entreaberta.

O trabalhador esperando um salário digno
O idoso sequioso de amor e carinho
A criança ansiosa sem perder a esperança
O ser humano buscando o seu caminho.

Na rua, quem saiu de casa esperançoso.
De voltar ao seio da família amoroso
Parou! Sofreu agressão e então choroso
Que dizer a mulher e filhos? Silencioso!

Quem sonhou andar livre pelas ruas
Dos seus mais lindos sonhos acordou
Sonhos se tornando grandes pesadelos
Pesadelos, para quem os acalentou.

O idoso saiu à rua e acordou!
O trabalhador saiu à rua e acordou!
A criança saiu à rua e acordou!
Da família o sonho desmoronou!

Sonho que se sonhou só
Não houve amor, virou pó!
Pesadelo na garganta deu nó
A palavra deu lugar ao silêncio...Só!

A noite chegou tão triste!
A humanidade não existe
De penetrar as frestas o sol desiste
A janela, em ficar fechada insiste.

20/09/2006

Diploma MENÇÃO ESPECIAL
XVII Concurso Nacional de Poesia - " WERNER HORN "
ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE PARANAPUÃ (ALAP)
Período de Março a Outubro/2006

Um dia te conheci...Portugal!


Um dia te conheci...Portugal!
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Há quem te chame de pequenino...Portugal.
Percorri teus cantos, conheci teus recantos,
Por tuas ruas, cidades, freguesias eu andei
Então,eu me deslumbrei com teus encantos.

Em ti, literalmente, o amor descobri...Portugal.
Encontrei em ti, visualizei uma beleza sem igual
Dessas terras lusitanas, encontrei amor paternal
E mais uma vez, teus encantos me encantaram.

Em ti, divagando nas tuas ruas, encontrei a paz
Paz, que flui naturalmente de ti e que nos apraz.
Conhecer-te, foi como descobrir um belo reino
Um reino encantado, pré-moldado por um oleiro.

Terra de desbravadores, grandes empreendedores
De datas longínquas, a herança dos descobridores
Povo destemido, sua visão projetada para o futuro
Que ainda hoje com grande brio e fama conservas.

Lisboa, Algarve, Mafra, Santarém, Belmonte, Viseu.
Teus monumentos preservas como grandes tesouros
E com razão, pois para ti significam o mais puro ouro
Bem sabes de sua importância para tempo vindouro.

Infante D. Henrique, Vasco da Gama,Álvares Cabral
Naus lusitanas, caravelas tantos mares percorreram
Por mares nunca dantes navegados...disse Camões
Nos oceanos se lançaram, assim terras descobriram.

Sabes, Portugal...tens sob tua guarda grande riqueza
Adquiridas ao longo do tempo realizando tuas proezasI
ntrépidos descobridores, de tantas naturais belezas
Conservas no berço o sonho embalado sem incertezas.

Portugal, assim como o Brasil, sonhaste com a liberdade
Perseguiste-a com garra, e a demonstraste na tua altivez
Lutaste, povo bravio, e a conseguiste com tua intrepidez
Saíste de um regime salazarista, e a opressão se desfez.

Através dos fados, por escuras vielas, cantas tua história
Passei por tuas ruas e cidades, engraçado...hospedeiras
Tão hospitaleiras, que nem sequer me senti estrangeira
Pudera, és minha origem, querida terra lusíada e altaneira

MEU CORAÇÃO E MINHAS EMOÇÕES.




MEU CORAÇÃO E MINHAS EMOÇÕES.
Mercêdes Pordeus
Recife/Brasil

Meu coração, eu não te quero assim doente.
Desejo ter-te pulsando, mas pausadamente,
Em consonância com o meu corpo e mente,
Coração! Atendas meu apelo urgentemente.

Não te angusties com os males do mundo.
Eles só te causarão um desgosto profundo,
Aquieta-te meu coração, mesmo indolente.
E pulsa, esses males independem da gente.

Se os males do mundo só nos causam a fobia,
Mesmo assim, alegra-te, esquece a melancolia.
Sabes coração, sei sou culpada pela tua fobia,
Afinal, deveria transmitir-te só mesmo alegria.

Insensato coração? Não és insensato não!
Talvez a insensatez seja minha, meu coração.
Que te deixo sofrer com as minhas emoções,
És sensato, trabalhas com minhas informações.

Mas, agora façamos um pacto meu coração!
Desde já eu só transmitirei alegres emoções,
Emoções que te dêem felicidade e comoção.
Vou transmiti-las através minhas sensações.

Quando eu vir uma criança sorrir, dir-te-ei.
Quando eu vir uma flor se abrir, dir-te-ei.
Quando eu vir a natureza alegre, dir-te-ei.
Quando eu vir um ato de bondade, orarei.

Hoje é um dia especial, marcas dentro de ti,
Estou tão feliz! Sim, por mim e também por ti.
Entramos em sintonia, entoemos uma canção,
Será uma canção de vitória e união...Coração!

OUT/06
Coletânea do I Concurso de Poesia do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento - Hospital dos Servidores do Estado/MS (CEA HSE MS 2006)
Edição Junho 2007
Organizadora : Juçara R. V. Valverde
Prêmio Germana Figueiredo